sexta-feira, 12 de junho de 2015

Instruções para o Trabalho de Língua Portuguesa 3° TA - TB

Instruções para o Trabalho de Língua Portuguesa

Tema: Literatura
- O que é Literatura ? (resumir com as “suas palavras”)

- Movimento Pré-Modernista e a Semana de Arte Moderna de 1922. Resumo sobre o que foi e citar alguns autores, artistas importantes do período.

- Movimento Modernista Geração de 1930-1945. Um resumo sobre o que foi e citar alguns autores e obras consagrados.

* Não fazer cópia, mas ler, pesquisar e resumir com as “suas palavras”, resumo simples. Não é a quantidade, mas a qualidade e entendimento que serão cobradas.

* Estrutura:
- Capa: Nome, nº , série, disciplina;
- Introdução (sobre o que é o trabalho);
- Desenvolvimento (o tema);
- Conclusão (o que achou, pesquisou, pensou, aprendeu);
- Bibliografia (fontes);
- Manuscrito, SEM CÓPIAS!;

- Para 16/06. 

quinta-feira, 11 de junho de 2015

REVISÃO - AVALIAÇÃO BIMESTRAL 3º TA e TB

REVISÃO - AVALIAÇÃO BIMESTRAL 3º TA e TB - Junho 2015

Instruções e dicas para redigir a redação:
- Norma padrão da língua (sem gírias, abreviações e “internetês” – linguagem utilizada na internet);
- Desenvolver parágrafos:  Introdução, desenvolvimento, conclusão/solução possível;
- Título (diferente do tema);
- Argumentar, expor ideias e defender sua tese, seu pensamento, opinião;
- Dar uma possível solução ao problema exposto.
- Lembrar que existe “um leitor”, você não escreve para você. Deve persuadir, convencer seu leitor sobre o que pensa.
- Não utilizar “eu” (primeira pessoa), mas eles ou nós. Ser impessoal e imparcial.
- Padrão: de 15 a 30 linhas, à caneta.

Lembrar sobre os gêneros textuais:

- A notícia e a reportagem informam, noticiam, trazem fatos, não expõem opinião.
- O artigo de opinião deve conter a opinião e argumentos do autor.
- A crônica é um texto narrativo de fatos do cotidiano (dia-a-dia), o final não é o mais importante, o principal é a crítica/reflexão ao comportamento humano, contida no enredo.

Textos lidos, comentados em sala de aula:

ARTIGO DE OPINIÃO:

I
Mídia e o culto à beleza do corpo
Há nas sociedades contemporâneas uma intensificação do culto ao corpo, onde os indivíduos experimentam uma crescente preocupação com a imagem e a estética.
Entendida como consumo cultural, a prática do culto ao corpo coloca-se hoje como preocupação geral, que perpassa todas as classes sociais e faixas etárias, apoiada num discurso que ora lança mão da questão estética, ora da preocupação com a saúde.
Segundo Pierre Bourdieu, sociólogo francês, a linguagem corporal é marcadora pela distinção social, que coloca o consumo alimentar, cultural e forma de apresentação – como o vestuário, higiene, cuidados com a beleza etc. – como os mais importantes modos de se distinguir dos demais indivíduos.
Nas sociedades modernas há uma crescente preocupação com o corpo, com a dieta alimentar e o consumo excessivo de cosméticos, impulsionados basicamente pelo processo de massificação das mídias a partir dos anos 1980, onde o corpo ganha mais espaço, principalmente nos meios midiáticos. Não por acaso que foi nesse período que surgiram as duas maiores revistas brasileiras voltados para o tema: “Boa Forma” (1984) e “Corpo a Corpo” (1987).
Contudo, foi o cinema de Hollywood que ajudou a criar novos padrões de aparência e beleza, difundindo novos valores da cultura de consumo e projetando imagens de estilos de vida glamorosos para o mundo inteiro.
Da mesma forma, podemos pensar em relação à televisão, que veicula imagens de corpos perfeitos através dos mais variados formatos de programas, peças publicitárias, novelas, filmes etc. Isso nos leva a pensar que a imagem da “eterna” juventude, associada ao corpo perfeito e ideal, atravessa todas as faixas etárias e classes sociais, compondo de maneiras diferentes diversos estilos de vida. Nesse sentido, as fábricas de imagens como o cinema, televisão, publicidade, revistas etc., têm contribuído para isso.
Os programas de televisão, revistas e jornais têm dedicado espaços em suas programações cada vez maiores para apresentar novidades em setores de cosméticos, de alimentação e vestuário. Propagandas veiculadas nessas mídias estão o tempo todo tentando vender o que não está disponível nas prateleiras: sucesso e felicidade.
O consumismo desenfreado gerado pela mídia em geral foca principalmente adolescentes como alvos principais para as vendas, desenvolvendo modelos de roupas estereotipados, a indústria de cosméticos lançando a cada dia novos cremes e géis redutores para eliminar as “formas indesejáveis” do corpo e a indústria farmacêutica faturando alto com medicamentos que inibem o apetite.
Preocupados com a busca desenfreada da “beleza perfeita” e pela vaidade excessiva, sob influência dos mais variados meios de comunicação, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica apresenta uma estimativa de que cerca de 130 mil crianças e adolescentes submeteram-se no ano de 2009 a operações plásticas.
Evidentemente que a existência de cuidados com o corpo não é exclusividade das sociedades contemporâneas e que devemos ter uma especial atenção para uma boa saúde. No entanto, os cuidados com o corpo não devem ser de forma tão intensa e ditatorial como se tem apresentado nas últimas décadas. Devemos sempre respeitar os limites do nosso corpo e a nós a mesmos.
Orson Camargo
Colaborador do site Brasil Escola
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
Disponível em: http://www.brasilescola.com/sociologia/a-influencia-midia-sobre-os-padroes-beleza.htm


II
A busca pelo corpo perfeito
A busca pelo corpo ideal vem ganhando espaço em todas as camadas da sociedade brasileira. A procura é tão grande, que o país já alcançou o segundo lugar no ranking dos países com maior número de cirurgias plásticas. Em Gaspar, nossa equipe de reportagem constatou que a situação é semelhante. Muitas mulheres, e inclusive homens, se arriscam em mesas de cirurgia todos os anos para garantir a conquista do corpo ideal.
Essa busca, garantem os especialistas, não é arriscada, porém, deve ser controlada. Muitas pessoas fazem mais de uma lipoaspiração por ano, por exemplo, fato que pode gerar riscos para a saúde.
Cuidar do corpo e sentir-se bem é um direito e dever de todos, porém, vale lembrar que além das intervenções cirúrgicas, manter uma alimentação saudável e praticar exercícios regularmente, são atitudes que também contribuem para a conquista do corpo ideal e estas, com certeza, não oferecem riscos. Além disso, o corpo ideal só terá validade se a pessoa estiver bem consigo mesma, portanto, cuidar do espírito e da alma também são atitudes importantes.
                        (Fernanda Pereira. Blogger Direto da Redação. 31/07/2008. Disponível em <https://diretodaredacao.wordpress.com/2008/07/31/a-busca-pelo-corpo-perfeito/>. Acesso: 02/04/2015.
Fernanda Pereira tem 26 anos, é jornalista e atua como chefe de redação no Jornal Cruzeiro do Vale, da cidade de Gaspar, SC (informações da época da edição do texto).


CRÔNICA:
O padeiro

Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento - mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a "greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.

 Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:

 - Não é ninguém, é o padeiro!

 Interroguei-o uma vez: como tivera a idéia de gritar aquilo?

 "Então você não é ninguém?"

 Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: "não é ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém...

 Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina - e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.

 Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; "não é ninguém, é o padeiro!"
E assobiava pelas escadas.

Texto extraído do livro: 
Para gostar de ler, Vol I -Crônicas . Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga. 12ª Edição. Editora Ática . São Paulo.1989. p.63 - 64.

---------------------------------------------------------------------------------------

Biografia
Rubem Braga (1913-1990) foi cronista, poeta, repórter, tradutor e crítico de artes plásticas.
Escreveu grandes obras como: Casa do Braga, O Conde e o Passarinho eTrês Primitivos .
Tornou-se conhecido do grande público ao escrever crônicas em jornais de grande circulação.
Nesta crônica, Rubem Braga retrata um fato do cotidiano porém a maneira de tratar o fato dá a essa crônica a característica da universalidade que distingue o autor tornando-o um renovador da crônica brasileira.

Texto disponível em: http://tvcultura.cmais.com.br/aloescola/literatura/cronicas/rubembraga.htm



CONTO:

Fita Verde no Cabelo - Nova Velha Estória.

Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam, homens e mulheres que esperavam, e meninos e meninas que nasciam e cresciam.
Todos com juízo, suficientemente, menos uma meninazinha, a que por enquanto. Aquela, um dia, saiu de lá, com uma fita verde inventada no cabelo.
Sua mãe mandara-a, com um cesto e um pote, à avó, que a amava, a uma outra e quase igualzinha aldeia.
Fita-Verde partiu, sobre logo, ela a linda, tudo era uma vez. O pote continha um doce em calda, e o cesto estava vazio, que para buscar framboesas.
Daí, que, indo, no atravessar o bosque, viu só os lenhadores, que por lá lenhavam; mas o lobo nenhum, desconhecido nem peludo. Pois os lenhadores tinham exterminado o lobo.
Então, ela, mesma, era quem se dizia:
– Vou à vovó, com cesto e pote, e a fita verde no cabelo, o tanto que a mamãe me mandou.
A aldeia e a casa esperando-a acolá, depois daquele moinho, que a gente pensa que vê, e das horas, que a gente não vê que não são.
E ela mesma resolveu escolher tomar este caminho de cá, louco e longo, e não o outro, encurtoso. Saiu, atrás de suas asas ligeiras, sua sombra também vinha-lhe correndo, em pós.
Divertia-se com ver as avelãs do chão não voarem, com inalcançar essas borboletas nunca em buquê nem em botão, e com ignorar se cada uma em seu lugar as plebeinhas flores, princesinhas e incomuns, quando a gente tanto por elas passa.
Vinha sobejadamente.
Demorou, para dar com a avó em casa, que assim lhe respondeu, quando ela, toque, toque, bateu:
– Quem é?
– Sou eu… – e Fita-Verde descansou a voz. – Sou sua linda netinha, com cesto e pote, com a fita verde no cabelo, que a mamãe me mandou.
Vai, a avó, difícil, disse: – Puxa o ferrolho de pau da porta, entra e abre. Deus te abençoe. Fita-Verde assim fez, e entrou e olhou.
A avó estava na cama, rebuçada e só. Devia, para falar agagado e fraco e rouco, assim, de ter apanhado um ruim defluxo. Dizendo: – Depõe o pote e o cesto na arca, e vem para perto de mim, enquanto é tempo.
Mas agora Fita-Verde se espantava, além de entristecer-se de ver que perdera em caminho sua grande fita verde no cabelo atada; e estava suada, com enorme fome de almoço. Ela perguntou:
– Vovozinha, que braços tão magros, os seus, e que mãos tão trementes!
– É porque não vou poder nunca mais te abraçar, minha neta… – a avó murmurou.
– Vovozinha, mas que lábios, aí, tão arroxeados!
– É porque não vou nunca mais poder te beijar, minha neta… – a avó suspirou.
– Vovozinha, e que olhos tão fundos e parados, nesse rosto encovado, pálido?
– É porque já não estou te vendo, nunca mais, minha netinha… – a avó ainda gemeu.
Fita-Verde mais se assustou, como se fosse ter juízo pela primeira vez. Gritou: – Vovozinha, eu tenho medo do Lobo!…
Mas a avó não estava mais lá, sendo que demasiado ausente, a não ser pelo frio, triste e tão repentino corpo.
      
                                 (ROSA, João Guimarães.  Livros para ler e reler. 13ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.1992)