(site oficial do autor: http://www.jorgeamado.org.br)
Capitães da Areia - 1937
O tempo vai fechando de vez no país. É a ditadura do Estado Novo que se implanta. Recolhido na cidade de Estância, no interior de Sergipe, Jorge Amado começara a escrever um outro livro, terminando a sua redação já a bordo do navio Rakuyo Maru, em viagem para o México. É Capitães da areia.
Uma história dos meninos-de-rua da Bahia, na década de 30. Narrativa do amor de Dora e Pedro Bala. Peripécias do bando de menores que perambula perigosamente pelas ruas e pelo cais de Salvador, cidade “negra e religiosa”, onde se projeta a personalidade da ialorixá Aninha, mãe-de-santo do Ilê Axé Opô Afonjá. Dora morre, doente, no trapiche enluarado. Pedro Bala é preso, foge, mete-se em greves de estivadores, até que se converte em “militante proletário, o camarada Pedro Bala”. O problema é que o livro é publicado em 1937, logo em seguida à implantação do Estado Novo, regime violentamente anticomunista. Assim, a edição é apreendida – e exemplares do livro são queimados em praça pública, na Cidade da Bahia, por representantes da ditadura. Mas de nada adiantou. Quando pôde voltar à cena, Capitães da areia conquistou o grande público e é ainda hoje um dos maiores sucessos de Jorge Amado.Escrito na cidade de Estância, Sergipe, em março de 1937, e concluído em junho, a bordo do navio Rakuyo Maru, no Pacífico, às costas da América do Sul, rumo ao México, o romance foi lançado em 1ª edição pela Livraria José Olympio Editora, Rio de Janeiro, em setembro de 1937, com 344 páginas.
A 2ª edição, 1944, saiu pela Livraria Martins Editora, São Paulo, com ilustrações de Poty e, a partir de 1970, com capa de Carybé e retrato do autor por Carlos Scliar, constituindo o tomo quarto, volume VI, da coleção “Obras Ilustradas de Jorge Amado”, até a 38ª edição, 1975.
Da 39ª edição em diante, passou
a ser publicado pela Editora Record, Rio de Janeiro. A 98ª, 1999, a edição mais
recente, 57ª desta editora, com fixação de texto por Paloma Jorge Amado e Pedro
Costa, tem capa de Pedro Costa, sobrecapa com reprodução de quadro de Aldemir
Martins, vinhetas das ilustrações de Poty por Pedro Costa, retrato do autor por
Jordão de Oliveira, foto do autor por Zélia Gattai.
No
exterior, além da edição portuguesa, foram feitas traduções para o alemão,
árabe, croata, espanhol, francês, grego, húngaro, inglês, italiano, japonês,
libanês, norueguês, russo, tcheco e ucraniano.
Teatro: espetáculo adaptado pelo padre Valter
Souza, Salvador, 1958; adaptação de Carlos Wilson, encenada por diversos grupos
teatrais no Brasil e no exterior; adaptação de Roberto Bomtempo, pela Companhia
Baiana de Patifaria, 2002.
Dança: espetáculo adaptado pelo Grupo
Êxtase, Minas Gerais, 1988; por Raymond Foucalt e Plinio Mosca, França, 1988;
por Friederich Gerlach, Alemanha, 1971; por Nanci Gomes Alonso, Argentina,
1987.
Cinema: filme Capitães da areia,
adaptação do cineasta Hall Bartlet, Los Angeles, Estados Unidos, 1971, com
algumas cenas exteriores tomadas em Salvador. Exibido nos Estados Unidos e em
outros países, continua inédito no Brasil.
Televisão: minissérie, Rede
Bandeirantes, direção de Walter Lima Jr., roteiro e adaptação de José Loureiro
e Antônio Carlos Fontoura, 1989.
Quadrinhos: adaptado por Ruy
Trindade, publicado pela Secretaria da Cultura e Turismo do Estado da Bahia,
1995.
A
Fundação Casa de Jorge Amado comemorou os 50 anos do romance, em 1987,
com seminários, lançamentos de livros e exposições em Salvador e Brasília e com
uma edição fac-similar da sua 1ª edição com tiragem numerada de 1.000
exemplares, publicada com a colaboração do Governo de Brasília e da Editora
Record.
BIOGRAFIA - JORGE AMADO
Jorge Amado nasceu a 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia,
no distrito de Ferradas, município de Itabuna, sul do Estado da Bahia. Filho do
fazendeiro de cacau João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado.
Com um ano de idade, foi para
Ilhéus, onde passou a infância. Fez os estudos secundários no Colégio
Antônio Vieira e no Ginásio Ipiranga, em Salvador. Neste período, começou a
trabalhar em jornais e a participar da vida literária, sendo um dos fundadores
da Academia dos Rebeldes.
Publicou seu primeiro romance, O país do carnaval, em
1931. Casou-se em 1933, com Matilde Garcia Rosa, com quem teve uma filha, Lila.
Nesse ano publicou seu segundo romance, Cacau.
Formou-se pela Faculdade
Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, em 1935. Militante comunista, foi
obrigado a exilar-se na Argentina e no Uruguai entre 1941 e 1942, período em
que fez longa viagem pela América Latina. Ao voltar, em 1944, separou-se de
Matilde Garcia Rosa.
Em 1945, foi eleito membro da
Assembléia Nacional Constituinte, na legenda do Partido Comunista Brasileiro
(PCB), tendo sido o deputado federal mais votado do Estado de São Paulo. Jorge
Amado foi o autor da lei, ainda hoje em vigor, que assegura o direito à
liberdade de culto religioso. Nesse mesmo ano, casou-se com Zélia Gattai.
Em 1947, ano do nascimento de
João Jorge, primeiro filho do casal, o PCB foi declarado ilegal e seus membros
perseguidos e presos. Jorge Amado teve que se exilar com a família na França,
onde ficou até 1950, quando foi expulso. Em 1949, morreu no Rio de Janeiro sua
filha Lila. Entre 1950 e 1952, viveu em Praga, onde nasceu sua filha Paloma.
De volta ao Brasil, Jorge Amado
afastou-se, em 1955, da militância política, sem, no entanto, deixar os quadros
do Partido Comunista. Dedicou-se, a partir de então, inteiramente à literatura.
Foi eleito, em 6 de abril de 1961, para a cadeira de número 23, da Academia
Brasileira de Letras, que tem por patrono José de Alencar e por primeiro
ocupante Machado de Assis.
A obra literária de Jorge Amado
conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido
tema de escolas de samba em várias partes do Brasil. Seus livros foram
traduzidos para 49 idiomas, existindo também exemplares em braile e em formato
de audiolivro.
Jorge Amado morreu em Salvador,
no dia 6 de agosto de 2001. Foi cremado conforme seu desejo, e suas cinzas
foram enterradas no jardim de sua residência na Rua Alagoinhas, no dia em que
completaria 89 anos.
A obra de Jorge Amado mereceu
diversos prêmios nacionais e internacionais, entre os quais destacam-se: Stalin
da Paz (União Soviética, 1951), Latinidade (França, 1971), Nonino (Itália,
1982), Dimitrov (Bulgária, 1989), Pablo Neruda (Rússia, 1989), Etruria de
Literatura (Itália, 1989), Cino Del Duca (França, 1990), Mediterrâneo (Itália,
1990), Vitaliano Brancatti (Itália, 1995), Luis de Camões (Brasil, Portugal,
1995), Jabuti (Brasil, 1959, 1995) e Ministério da Cultura (Brasil, 1997).
Recebeu títulos de Comendador e
de Grande Oficial, nas ordens da Venezuela, França, Espanha, Portugal, Chile e
Argentina; além de ter sido feito Doutor Honoris Causa em 10 universidades, no
Brasil, na Itália, na França, em Portugal e em Israel. O título de Doutor pela
Sorbonne, na França, foi o último que recebeu pessoalmente, em 1998, em sua
última viagem a Paris, quando já estava doente.
Jorge Amado orgulhava-se do
título de Obá, posto civil que exercia no Ilê Axé Opô Afonjá, na Bahia.
Informações e texto disponíveis no site oficial do autor: http://www.jorgeamado.org.br/?page_id=75
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Download gratuito da obra:
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